Alguns acreditam que a responsabilidade seja da indústria farmacêutica que estimula o uso por motivos comerciais, outros acreditam que sejam dos balconistas dos pet shoppings que exercem ilegalmente a profissão e ainda há os que acreditam que a culpa é dos órgãos legisladores que não criam regras claras sobre a comercialização dessa classe de drogas, facilitando a venda sem prescrição médica veterinária. Há quem aponte o Médico Veterinário como o grande "vilão" dessa estória. Veja o que diz o Dr. Sérgio Daltro, médico veterinário dermatologista do serviço DoutorDerme em Salvador com mais de 20 anos de experiência.
"...Embora eu pense que a causa desse imenso problema seja uma soma de todos esses fatores, acredito que uma simples mudança de comportamento por parte dos Médicos Veterinários, evitando a prescrição abusiva de antibióticos na prática do dia-a-dia possa, ainda, fazer alguma diferença no futuro. Como um exemplo prático para os colegas, imaginem um paciente canino de 6 meses com um quadro de foliculite, apresentando alopécia e pápulas. Apostaria que pelo menos 90% dos Médicos Veterinários que atendessem este caso tratariam com antibióticos sem qualquer investigação complementar.
Tratar o paciente com antibióticos sem um diagnóstico preciso é a forma mais fácil de contribuir com a geração de bactérias multi-resistentes ao longo do tempo.
Atualmente sabemos, analisando exames de cultivo bacteriano com antibiogramas, que antibióticos relativamente novos já apresentam ineficácia frente a infecções que debelava facilmente há alguns anos. Cabe a nós, Médicos Veterinários, atuar de forma técnica e ética na condução dos nossos casos clínicos, aumentando nossa eficácia diagnóstica e terapêutica, e minimizando os "efeitos colaterais" ambientais. "