Sob os cuidados de duas protetoras, ele foi levado para uma consulta dermatológica com Dr. Sérgio Daltro, atualmente, médico veterinário do serviço DoutorDerme, com aproximadamente 6 meses de idade, que o identificou como um cão da raça Poodle. A queixa ao chegar ao consultório era apenas a falta de pelos que se distribuía em várias regiões do corpo, porém, de forma estranha para os cuidadores, sem o menor sinal de coceira (prurido).
Exame clínico:
Foi constatado várias áreas alopécicas (sem pelo) distribuídas nas regiões da cabeça (frontotemporal), pescoço (ventrocervical), tórax (latero-ventral torácica e abdominal) e na região lombar. Era uma pelagem ressecada, fina e rarefeita. Além desses, outros sinais clínicos também foram observados como: ausência de alguns dentes e a má formação de outros com a persistência dos dentes “de leite”, e ainda, o “olho seco”.
Para um diagnóstico preciso, Dr. Sérgio realizou todos o exames necessários como raspados cutâneos, cultura fúngica e citologia, e todos os resultados foram negativos. Ainda coletou um fragmento da pele da região sem pelo para uma avaliação histopatológica, o que confirmou ausência de folículos pilosos, de músculos eretores dos pelos, de glândulas sebáceas e glândulas apócrinas, mas sem sinais de inflamação.
Para os colegas que não conhecem, esta é uma alteração congênita, rara, denominada de Displasia Ectodérmica ligada ao Cromossomo X em cães. Sem qualquer tratamento, as medidas tomadas foram apenas preventivas, como a utilização de protetor solar nas áreas sem pelos e hidratação constante de todo o pelo existente.
Esta prevenção persistirá por toda a vida, já que como nunca haverá o nascimento de pelos nessas regiões, faz-se necessário a proteção da pele contra os raios solares, além da hidratação pela qualidade do pelo escasso que possui. Esta é uma preocupação que passou a fazer parte da rotina em casa para o Dr. Sérgio Daltro, pois logo na segunda visita ao consultório, Bald foi adotado por ele, que deu esse nome devido a sua tradução em português “careca”. Força do destino ou autoidentificação? O importante hoje, com 4 anos e meio, é que ele é verdadeiramente saudável e feliz!!